Mas O Que Te Nutre? Parte 1 - Rituais

Mas o que te nutre? Parte 1 - Rituais

A essência de tudo aqui é o nutri-se. Você adquire práticas para a sua vida que cientificamente te trazem benefícios imediatos como um processo da maravilhosa química humana. E se nutre de ocupar aquele lugar de olhar para si. Se beneficia em dobro!

Se nutrir é olhar para aquela área da vida que pede um olhar seu agora. E você gentilmente a atende. Gentilmente é a execução sem pressão. É o prazer no fazer. O fazer com presença. Com amor. Em troca, ela te traz leveza. Mas para isso, precisa ser uma-coisa-de-cada-vez.

A ditadura do dar conta acabou. A moda do aceleradinha também, se atualiza! A turma pifou. Ou tá pifando. Fuja dessa! Então, aquela listinha que você tem aí no papel, no notes ou app, pinça um ítem com cuidado para não encostar nos outros e coloca numa dessas caixinhas aqui: 1. Rituais, 2. Movimento, 3. Cultivo ou 4. Colheita. Em cada uma dessas caixinhas, só cabe um ítem da sua vasta lista. E então, cada uma vai ter um ítem naquele período que você determinar. Pode ser a semana. A quinzena. Ou o mês, para começar! Mas esse ritmo quem vai dizer são seus estados físicos, mentais e emocionais. Escute-os!

São muitos pratinhos para equilibrar, sabemos. Relacionamento e tarefas abrigariam boa parte dos gatilhos que podem desencadear sentimentos, sensações. Boas e ruins.

Partamos do princípio, também sabido, que, o que você não controla, não vale sua energia! Correto? Ok. Então vamos para aquilo que está nas nossas mãos. Deixando de lado a parte do relacionamento por hoje, vamos falar sobre tarefas. Sobre o que precisa ser feito e não tem jeito. Sobre gostar do processo das coisas. Do processo da vida. Sim, uma louça para lavar é sinal que gente viva passou e se alimentou por ali. Aquela parte chata do seu trabalho não-feita é mais um gatilho a ser evitado. A gaveta desarrumada provoca uma descarga negativa cada vez que você abre.

Às vezes é aquele auto cuidado que você há tempos precisava. Ou só cortar ou tingir seu cabelo. Ou arrumar aquela gaveta, emoldurar aquela gravura para pendurar naquela parede vazia. Pesquisar sobre aquele assunto que ouviu falar ou estudar com mais profundidade um tema que já conhece. Dedicar um tempo extra para aquele projeto do trabalho que vai te dar a maior satisfação concluir e não aquele que te mandaram fazer e que vão te cobrar. Ligar para a amiga que teve bebê há 8 meses e você nem o conhece, para a tia solitária ou sua mãe ou seu pai. Atualizar sua planilha financeira sem pressão de tempo. Pesquisar um lugar para começar a praticar aquele esporte ou planejar as próximas férias – ou só sonhar com aquele destino. Marcar aquele exame que o pedido médico já já vence. Mandar mensagem agitando aquele jantar na sua casa ou num lugar para conversar, reservar lugares para uma noite romântica. Ir à igreja, templo, centro ou qualquer lugar que te acalente. Ou só ter tempo para orar, meditar, respirar.

Uma-coisa-de-cada-vez! No tempo que elas precisam para serem feitas e você sentir paz. Não só no concluir mas no processo.

E cada exemplo dado tem sua caixinha. Vamos a princípio vamos dividir assim, nessas quatro sínteses, para te ajudar a começar organizar tudo. Neste texto vou falar de RITUAIS.

Rituais – tudo aquilo que “todo dia ela faz tudo sempre igual...”. Não estou falando de ritual no sentido imediato da definição, ligado à cerimônia, liturgia ou rito. Me refiro a RITUALIZAR momentos e atividades que devem ser feitas por você com frequência.

Trazer para o melhor a sua rotina: o acordar mais cedo, fazer um chá ou café em silêncio. Ou de acordo com suas práticas: meditar, alongar, aterrar, ouvir uma música, um mantra. Tomar seu café da manhã. Tomar seu suplemento.

Pode ser da prática da sua Espiritualidade: rezar, acender uma vela, um incenso. Arrumar seu altar, recitar seu mantra; tomar seu banho energético...

Pode ser ligado ao Cozinhar: uma receita nova, uma cozinha com sua playlist favorita ao fundo, um feijão com cara de feijoada no meio da semana, um bolo, um pudim; ou adiantar a vida da semana picando tudo com antecedência, colocando nos potinhos, porcionando...

Pode ser qualquer coisa que exija a sua criatividade: organizar gavetas, armários, limpar isso ou aquilo. O serviço doméstico em geral: o dobrar e pendurar, o lavar, a água, a limpeza, o cheirinho, o frescor...

As tarefas que cabem em formatos de RITUAIS têm um resultado especial na nossa mente e consequentemente no nosso corpo. Advindo do prazer de concentrar-se. Estamos falando de mindfullness, de presença. Traduzindo para a sua saúde, estamos falando de manejo de estresse. De diminuir a carga química provocada pelos nossos pensamentos, pelo nosso estado no passado ou no futuro. O passado que te deprime ou o futuro que te deixa ansiosa. A lista gigantesca de tarefas…

Para a ciência, esses estados mentais de presença, de conexão entre corpo e mente são poderosos moduladores de níveis de estresse.

Conexão mente-corpo é um termo usado para descrever como suas crenças, atitudes, pensamentos e sentimentos podem afetar seu funcionamento biológico. Em outras palavras, o que você faz com seu corpo físico – quão bem você come, quão bem você dorme e como você mantém sua postura – é influenciada pelo seu estado mental. Isso significa que o estresse mental pode ser experimentado de maneiras físicas. Por outro lado, também significa que os benefícios de acalmar sua mente também pode ser sentida no corpo.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o anestesiologista americano Henry K. Beecher observou o poder da mente como uma ferramenta de cura. Ele era um médico e, quando os suprimentos de morfina ficaram escassos, ele deu aos soldados feridos uma solução salina (como um placebo) - sem dizer a eles.

Beecher notou que muitos de seus pacientes lidavam bem com a dor sem o auxílio de um analgésico porque suas mentes acreditavam que haviam recebido medicação.

Desde então, os cientistas descobriram alguns aspectos fisiológicos da mente-corpo, conexão que pode ajudar a explicar como as mentes desses soldados afetaram sua dor.

Resposta: canais físicos ligam o corpo e o cérebro, incluindo o nervo vago, neurotransmissores e regiões específicas do cérebro.

Para trazer um pouco mais de ciência nessa história toda, vou falar do campo da Psiconeuroimunologia.

Uma maneira de dar uma olhada mais profunda na conexão mente-corpo é examinando a ciência por trás dela. O campo da psiconeuroimunologia (PNI) é um grande exemplo dessa relação em ação.

O campo da PNI explora as interações cíclicas entre a mente e o corpo – especificamente aquelas que ocorrem entre o sistema nervoso e o sistema imunológico. O PNI estuda como os estados emocionais e o estresse do sistema nervoso podem influenciar a imunidade, bem como as respostas do sistema imunológico, como a inflamação, podem afetar os estados emocionais e o estresse.

Encaixar a atenção plena na sua vida cotidiana, enxergando as atividades como Rituais, é uma das medidas para ajudar a controlar os níveis de estresse e inflamação. Assim como maior conexão com outras pessoas, tempo na natureza, alimentos ricos em nutrientes e suporte à saúde intestinal. O resultado disso é nada menos que uma vida mais feliz e saudável.

Para ouvir de quem entende bem. Se você acreditar e seguir o que dizem esses 3 nomes, estará dando um grande passo à sua longevidade com saúde e bem-estar:

Joan Borysenko e seu monte de livros – destaco o Minding the Body Mending the Mind (só em inglês) e Cuidando do Corpo Curando a Mente - https://joanborysenko.com/

Ellen Vora – The Anatomy of Anxiety. Sem tradução ainda mas ela tem outros títulos que foram traduzidos para o português que trazem a mesma abordagem à ansiedade - https://ellenvora.com/

Dr Pedro Borysenko – A Medicina do Amanhã - https://drpedroneuro.com.br/ - o perfil dele no YouTube e Instagram são verdadeiras aulas de como assumir as rédas da sua saúde.