Intestino esse ilustre conhecido
Intestino. Tanto se ouve hoje em dia desse órgão do corpo humano. De parte do aparelho excretor responsável pela “limpeza do corpo humano” que aprendemos lá na escola, para o segundo cérebro...
Entre os temas sobre saúde e nutrição este está entre os que mais gosto e vou falar bastante sobre isso aqui. E não só pela curiosidade sobre a tamanha importância desse órgão de 500 milhões de neurônios mas, principalmente, porque uma boa parte da sua reconstrução está em pequenos hábitos do nosso dia-a-dia. Sem qualquer habilidade ou complexidade, conseguimos garantir maior saudabilidade. E um intestino saudável, acredite, pessoa feliz! Et.: nada a ver a história do enfezado, tá? O enfezado vem do latim “infenso” (ser hostil a) e fezes vem de “faex”, “faecis”(lama, sedimento, resíduo, fezes). Duas palavras diferentes. Cultura útil (in)oportuna.
Além disso, melhorar a saúde intestinal é dar o suporte à saúde no longo prazo. É a longevidade com qualidade que queremos.
Essa importância toda vem do fato do intestino abrigar o mais rico microbioma do reino animal. Não característica e benefício exclusivo humano mas de toda a natureza – isso também dá um novo post!
Essa microbiota abriga trilhões de bactérias e como se orquestram, vai impactar a saúde humana praticamente na sua totalidade – da digestão e suas consequências à saúde mental. A resposta "desequilíbrio entre as bactérias 'boas’ e 'ruins’ presentes na microbiota intestinal” pode ser a chave das questões de intolerância alimentar que causam refluxo, dor de estômago, mal estar pós refeições, indigestão e a estados de humor como irritabilidade, depressão e ansiedade. A Revista Superinteressante tem uma matéria que resume e traduz bem esse assunto. Vale a pena ler: https://super.abril.com.br/saude/seu-segundo-cerebro
Mas a ideia aqui é – ainda - ser menos profunda no assunto e apenas jogar uma luz para algum sintoma frequente. Se você tem constantemente desconforto ou reações gastrointestinais, seu corpo pode estar tentando te enviar uma mensagem. Começar a remover potencialmente alimentos inflamatórios (outro assunto que dá pano pra manga!) de sua dieta pode ser um passo importante. Mas lembre-se de que isso não acontecerá da noite para o dia e pode exigir o apoio de um profissional qualificado.
O Dr Vicent Pedre, médico dos Estados Unidos e autor do livro Happy Gut, traz a “Estrutura 5R” ( https://www.ifm.org/news-insights/5r-framework-gut-health/) para uma intervenção inicial no trato do intestino, combatendo a raiz de inúmeros problemas de saúde. Mas de imediato, já é possível sentir diferença em desconfortos gastrointestinais.
Acreditem, temos mais caminhos que o mamão e sua semente, a ameixa seca e sua água, os sachês de fibras (com eca açúcar da farmácia), o bom-e-velho 46…
A Estrutura 5R
1| Remover (remove): remova alimentos potencialmente inflamatórios ou que agridem a aparelho digestivo: Isso pode incluir (mas não se limita) a glúten, laticínios ou açúcar. Importante entender sua individualidade pois o que é bom para uma pessoa, pode ser ruim para você e vice-versa. Por isso, nem sempre os vilões são somente o trio glúten-leite-açúcar.
2| Substituir (replace): substituir quaisquer suportes digestivos que possam estar faltando. Isso pode incluir enzimas digestivas ou alimentos ricos em prebióticos que alimentam bactérias benéficas, como como raiz de dente-de-leão, alho, aveia ou cebola (tem a jicama que é um tubérculo mexicano pouco encontrado no Brasil). Não deixando de mencionar a fibra quando se fala em prebióticos e sempre acompanhada do consumo de água. Muita água.
3| Reinocular – Reintroduzir, Reinserir (reinoculate): adicionar probióticos de qualidade e/ou alimentos ricos em probióticos (como iogurte, certos queijos envelhecidos e vegetais fermentados – no Brasil não temos a cultura de consumo do chucrute e kimchi mas são ótimos probióticos) para ajudar a preencher o intestino com boas bactérias e apoiar a função de barreira intestinal. Os vegetais fermentados estão na nossa mão! Muito fáceis de fazer, basta um pote hermético, vegetal orgânico higienizado da sua preferência (caem bem: cenoura, repolho roxo, rabanete...), água, sal e paciência para esperar por 2-3 semanas. Delícia para misturar na salada. Quem me ensinou foi meu professor e não por acaso meu médico, Dr Pedro Schestatsky (Instagram @drpedroneuro), autor do livro Medicina do Amanhã.
4| Reparação (repair): Considere suplementos para acalmar e reparar o intestino, como aloe vera purificado (folha não inteira), l-glutamina, ácidos graxos ômega-3, raiz de alcaçuz, colágeno ou a raiz do marshmallow.
5| Reequilíbrio (rebalance): considere a saúde de forma holística, o que pode incluir o equilíbrio de outras áreas da vida (aquelas coisas Que Te Nutrem e inspirou a aspirante a blogueira que lhes escreve) e apoiando todas as áreas da saúde. Um resultado significante deste processo de reequilíbrio é a redução do estresse.
Referindo-me novamente ao Dr Pedro, ela fala em “mimar” o intestino, em seus conteúdos no Instagram e YouTube, termo que adoro pensar quando vou planejar as minhas refeições. Vale super a pena maratonar. Não só a ele mas informações disponíveis e críveis se quiser entender mais desse universo e tomar menos remédio e mais posse da sua saúde. Estou certa de que você vai se deparar com algumas respostas, ou o seu aha moment, como eles dizem lá…